Entrevistado: Vera Carvalho, 43 anos, Gestora de Projecto, blogger como "Nancy Brown"
Blogue: Geração Rasca
1. Sabendo que a blogosfera é uma janela para a vida cibernética, como vê o fenómeno «blogue»?
- A "vida cibernética" é profundamente humana. Nela damos a conhecer o nosso melhor e o nosso pior, pressupor que o ser humano é um "santo" é uma ingenuidade. Daí que os fenómenos cíclicos de "anónimas" descobertas do caminho marítimo para a Índia sejam apenas um "flop" geográfico. O fenómeno "blogue" é, também, uma forma de pessoas anónimas (no sentido de não serem conhecidas) poderem dialogar sobre os diversos ramos do pensamento humano, com "especialistas". O problema é a hierarquização social o que faz com que determinada pessoa "famosa", com um pensamento "potencialmente" interessante, raramente se digne a dialogar com um desconhecido. Uma verdadeira tragédia para o "famoso", obviamente.
2. Quando acede à blogosfera que tipo de blogues procura?
- Blogues irónicos, brincalhões, cujo pensamento seja original e com os quais eu aprenda algo. Ah… e que fundamentalmente saiam da rotina ideológica: eu sou do PS e penso à PS, eu sou português logo falo mal de Portugal, entre outros pensamentos… comuns.
3. O que o levou a criar um blogue?
- Inicialmente a necessidade de escrever, a escrita e eu somos uma espécie de "companheiras de estrada". Depois a necessidade de discutir determinadas questões. E agora no "Geração Rasca" o "bem-estar" de ser lida por mais gente e, igualmente, de poder dialogar, também, com mais gente.
4. Que balanço faz da sua estadia na blogosfera e da blogosfera actual?
- Bastante positivo. Há um leque de pessoas com as quais eu dialogo na blogosfera com bastante frontalidade e igualmente com bastante divergência, o pensamento necessita de diálogo, para não… cheirar a mofo. Fazê-lo por escrito é muito mais interessante, pois… perdem-se as inconveniências das armadilhas gestuais, bastante incómodas, por vezes, e ganha-se em capacidade de raciocínio.
5. Acha que os blogues podem substituir a imprensa online?
- Não! Cada um no seu campo, mas eu sou suspeita pois raramente leio imprensa em linha, prefiro a versão papel.
6. Em que medida os blogues influenciam ou influenciaram a sua vida e/ou actividade profissional?
- Só influenciam positivamente. Em primeiro lugar uma oportunidade de compartilhar ocorrências aberrantes na vida profissional, uma forma de partilhar conteúdos sem referir nomes, se de algum modo possa considerar interessante; e o hábito de discutir com os outros saudavelmente, também nos abre horizontes para aprendermos a ouvir os outros na vida profissional. Partilha, abertura e capacidade de diálogo foram as influências positivas.
7. O que faz um bom blogue?
- Tratamento de um tema de uma forma não ideológica (neste sentido: eu sou católico logo estou contra o aborto, eu sou do bloco de esquerda logo estou a favor), irónica e capaz de fomentar uma discussão saudavelmente "emocional".
- A "vida cibernética" é profundamente humana. Nela damos a conhecer o nosso melhor e o nosso pior, pressupor que o ser humano é um "santo" é uma ingenuidade. Daí que os fenómenos cíclicos de "anónimas" descobertas do caminho marítimo para a Índia sejam apenas um "flop" geográfico. O fenómeno "blogue" é, também, uma forma de pessoas anónimas (no sentido de não serem conhecidas) poderem dialogar sobre os diversos ramos do pensamento humano, com "especialistas". O problema é a hierarquização social o que faz com que determinada pessoa "famosa", com um pensamento "potencialmente" interessante, raramente se digne a dialogar com um desconhecido. Uma verdadeira tragédia para o "famoso", obviamente.
2. Quando acede à blogosfera que tipo de blogues procura?
- Blogues irónicos, brincalhões, cujo pensamento seja original e com os quais eu aprenda algo. Ah… e que fundamentalmente saiam da rotina ideológica: eu sou do PS e penso à PS, eu sou português logo falo mal de Portugal, entre outros pensamentos… comuns.
3. O que o levou a criar um blogue?
- Inicialmente a necessidade de escrever, a escrita e eu somos uma espécie de "companheiras de estrada". Depois a necessidade de discutir determinadas questões. E agora no "Geração Rasca" o "bem-estar" de ser lida por mais gente e, igualmente, de poder dialogar, também, com mais gente.
4. Que balanço faz da sua estadia na blogosfera e da blogosfera actual?
- Bastante positivo. Há um leque de pessoas com as quais eu dialogo na blogosfera com bastante frontalidade e igualmente com bastante divergência, o pensamento necessita de diálogo, para não… cheirar a mofo. Fazê-lo por escrito é muito mais interessante, pois… perdem-se as inconveniências das armadilhas gestuais, bastante incómodas, por vezes, e ganha-se em capacidade de raciocínio.
5. Acha que os blogues podem substituir a imprensa online?
- Não! Cada um no seu campo, mas eu sou suspeita pois raramente leio imprensa em linha, prefiro a versão papel.
6. Em que medida os blogues influenciam ou influenciaram a sua vida e/ou actividade profissional?
- Só influenciam positivamente. Em primeiro lugar uma oportunidade de compartilhar ocorrências aberrantes na vida profissional, uma forma de partilhar conteúdos sem referir nomes, se de algum modo possa considerar interessante; e o hábito de discutir com os outros saudavelmente, também nos abre horizontes para aprendermos a ouvir os outros na vida profissional. Partilha, abertura e capacidade de diálogo foram as influências positivas.
7. O que faz um bom blogue?
- Tratamento de um tema de uma forma não ideológica (neste sentido: eu sou católico logo estou contra o aborto, eu sou do bloco de esquerda logo estou a favor), irónica e capaz de fomentar uma discussão saudavelmente "emocional".
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